Influência do fator humano na produção e qualidade do leite de fazendas na região centro-oeste de Minas Gerais.
Mastite. Fator humano. Qualidade do leite. CCS. Produtores. Ordenhadores.
O controle da mastite ainda é um desafio para os produtores de leite, devido a
inúmeros fatores vinculados como: carga microbiana, conforto e ambiente de
permanência dos animais. Medidas como o programa dos 10 pontos foram criadas
com o intuito de combater os diversos fatores que causam a doença. No entanto, ainda
se observa o insucesso de algumas fazendas mesmo implantando tais programas.
Diante disso, alguns trabalhos apontam o fator humano como decisivo na obtenção
de um leite de qualidade. O objetivo do presente estudo foi avaliar a influência do fator
humano na qualidade do leite de fazendas na região centro-oeste de Minas Gerais. O
trabalho foi desenvolvido em Pará de Minas e nas cidades adjacentes, em fazendas
que fornecem leite para a CCPR (Cooperativa Central dos Produtores Rurais). Foram
analisadas 45 Fazendas separadas em três grupos: fazendas com resultado de
contagem de células somáticas (CCS) abaixo de 250.000 cels/ml , entre 250.000
cels/mL e 700.000 cels/mL e acima de 700.000 cels/mL no último ano. As informações
dos valores de CCS foram fornecidas pela CCPR que faz o controle mensal da
qualidade de leite de todos seus produtores. Para avaliação do fator humano, foi
aplicado um questionário aos proprietários das fazendas e outro aos ordenhadores e
um terceiro questionário fornecido por pesquisadores da Clínica do Leite para ambos.
A aplicação dos questionários foi realizada através de visita in loco nas fazendas e
individualmente. A diferença na frequência das respostas nos questionários do
produtor e ordenhador para cada classificação foi avaliada pelo teste Qui-quadrado
com taxa de erro máxima de 5% de probabilidade. Para o questionário fornecido pela
clínica do leite foi utilizado uma tabela dinâmica que possibilitou a comparação entre
as respostas dos ordenhadores e produtores. Não houve diferença estatística entre
as respostas dos questionários dos ordenhadores, já entre as respostas dos
produtores houveram diferenças. O questionário da Clínica do Leite também não
apresentou diferença estatística, mas foi possível a comparação das expectativas de
produtores e ordenhadores das fazendas dos diferentes grupos. Conclui-se que, o
fator humano, em específico as atitudes e comportamentos dos produtores de leite,
contribui para os resultados de qualidade de leite em fazendas na região centro-oeste
de Minas Gerais.